sábado, 10 de outubro de 2009

Clientes dizem que alarme de incêndio de shopping não tocou



Poucas horas do início do incêndio, o Bourbon Shopping Pompéia, na Zona Oeste de São Paulo, já estava reaberto na noite deste sábado (10), com as pessoas circulando pelos corredores normalmente e a única diferença que algumas poucas lojas estavam com suas portas fechadas e as luzes apagadas. Além de destruir várias telhas de fibra sintética e produzir muita fumaça, o incidente fez evidenciar o despreparo de funcionários do shopping durante a evacuação do local, o que gerou muitas reclamações dos freqüentadores.

“Não tinha segurança nenhuma, não orientavam nada e só ficavam empurrando a gente”, disse a estudante Thaís Helena Costa Tetrin, de 14 anos. Ela havia acabado de sair de uma sessão de cinema, quando a correria pelos corredores começou. “Passei no banheiro e quando saí já estava todo mundo correndo, meio assustado, sem saber o que estava acontecendo”, completou a estudante.

O namorado dela, o estudante Márcio Augusto Rafaldini, de 15 anos, contou que o pessoal da segurança e outros funcionários tentaram minimizar o incidente ao orientar os consumidores. “Eles falavam que foi só uma fumacinha no exaustor, mas uma amiga nossa falou que era incêndio mesmo. Além disso, não teve alarme de incêndio”, relatou.

Segundo o irmão dele, Luís Ângelo Rafaldini, de 17 anos, a preocupação era mais em fechar as lojas do que com uma retirada segura dos clientes. “Eles não estavam o rientando o pessoal”, contou.

O administrador Marcelo Cyrulin, de 41 anos, ao deixar o shopping com a família de carro, confirmou que os funcionários estavam tentando desestimular as pessoas a saírem do centro de compras. "Eles estavam falando que (o incêndio) era boato", afirmou. A mulher dele, a nutricionista Daniele Cyrulin, de 30 anos, ficou irritada pelo fato de estarem cobrando o estacionamento dos motoristas mais desavisados, mesmo com as cancelas liberadas. "Eles estão pegando o dinheiro de quem vai pagar e não informam que não é preciso pagar o estacionamento para sair", disse.

O superintendente do Bourbon Shopping, Claudio Vaz, afirmou que o alarme não foi disparado "porque não teve uma situação de incêndio no estabelecimento". "Foi na área externa e não teve nenhum dano na instalação. O que nos preocupou é que, pelo fato de ter sido na área externa, gerou muita fumaça e isso poderia causar um desespero nas pessoas. Por isso, por uma medida de segurança, houve uma evacuação parcial do prédio", explicou.

Sobre a cobrança do estacionamento, o superintendente considerou o problema "uma fatalidade". "É difícil em uma situação como essa prever tudo", admitiu. Segundo ele, no momento não há "qualquer hipótese" para as causas do incêndio das telhas, que estavam armazenadas na cobertura e seriam utilizadas em uma reforma do telhado do shopping. "É uma telha tranlúcida, que iria ser utilizada para substituir algumas outras telhas e deixar o ambiente mais claro", informou.

De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Ariel Alves Axelson, este tipo de telha não costuma ser utilizada na cobertura de shoppings. Ele afirmou que no momento não há condições de avaliar no local as causas do incêndio das telhas. "Não há fiação no local", disse, descartando a possibilidade de, a princípio, o incêndio ter começado com um curto-circuito.

Para ele, o risco maior mesmo só o da possibilidade de as pessoas se machucarem por conta da correria e do desespero em situações como essa. "Não houve pânico, nem desespero, mas sempre que há essa possibilidade, de as pessoas se assustarem diante da visão da fumaça, há a orientação para que o local seja evacuado", explicou.

O incêndio que atingiu o teto do Bourbon Shopping Pompéia neste sábado foi controlado por volta das 18h45 pelo Corpo de Bombeiros. O centro de compras fica na esquina das Avenidas Matarazzo com a Pompéia e tem entrada também pela Rua Turiassu, na Zona Oeste de São Paulo. As ruas e avenidas em torno do shopping estavam interditadas por volta das 19h, e o shopping chegou a ser esvaziado. As pessoas saíram calmamente pelas rampas laterais.

Inicialmente, cinco carros do Corpo de Bombeiros foram para o local. Logo depois, mais quatro seguiram para o shopping, mas não chegaram a ser utilizados. Neste horário, a fumaça branca já indicava que o fogo estava sendo controlado. Homens da brigada de incêndio do shopping trabalharam no alto do prédio, na área dos estacionamentos superiores.

Por volta das 19h, a Rua Turiassu já havia sido liberada para o tráfego de veículos. O shopping também voltou a funcionar, e os clientes foram liberados para circular pelos corredores.

Fonte: Globo.com

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